quinta-feira, 28 de junho de 2012

SALMO 149 - "O TRIUNFO DE ISRAEL"




Louvemos juntos ao Senhor:



SALMO 149 – “O TRIUNFO DE ISRAEL”


1. Cantai ao Senhor um cântico novo,
Ressoe o seu louvor na assembleia dos fiéis,
2. Alegre-se Israel em seu criador,
Exultem em seu rei os filhos de Sião.
3. Em coros louvem o seu nome,
Cantem-lhe salmos com o tambor e a cítara,
4. Porque o Senhor ama o seu povo,
E dá aos humildes a honra da vitória.
5. Exultem os fiéis na glória, alegrem-se em seus leitos.
6. Tenham nos lábios o louvor de Deus,
E nas mãos a espada de dois gumes,
7. Para tirar vingança das nações pagãs, e impor castigos aos povos;
8. Para lançar em ferros os seus reis,
E por algemas em seus príncipes,
9. Executando contra eles o julgamento pronunciado.
Tal é a glória reservada a todos os seus fieis.

Sabemos que os salmos precederam em séculos a Jesus, então o povo daquela época acreditava em um Deus Soberano e Poderoso - “El Shaddai”, como nos mostra o versículo 6 “Tenham nos lábios o louvor de Deus, e nas mãos a espada de dois gumes.”, e desta maneira Deus honraria com a vitória os valorosos combatentes. O salmo começa convidando a cantar “um canto novo”, aqui o autor sente-se em situação nova.

Há também um protagonismo dos Fiéis na celebração “...ressoe o seu louvor na assembleia dos fiéis”. Esta assembleia é desconhecida em salmos antecedentes, este grupo, congregação ou partido, ocupa postos de relevo no salmo: no primeiro versículo do invitatório (1) “Cantai ao Senhor um cântico novo,/Ressoe o seu louvor na assembleia dos fiéis,” ao começar a segunda estrofe (5) “Exultem os fiéis na glória, alegrem-se em seus leitos.” E encerrando o último versículo (9) “Executando contra eles o julgamento pronunciado. / Tal é a glória reservada a todos os seus fieis.”

É tradicional, conforme Schökel, a citação de outras designações de assembleia, tais como,  “assembleia do povo” na legislação; vários salmos também mencionam uma “assembleia numerosa”; além de uma assembleia celeste de “Santos” (Sl 89,6) e outra infernal de “almas” (Pr 21, 16). Uma assembleia de fiéis só se encontra em outra passagem bíblica e o dado é muito significativo: “Então se ajuntou a eles o grupo dos judeus assideus, particularmente valentes em Israel, apegados todos à lei” (1Mc 2, 42) (Assideus = devotos, fiéis ).

A estes se acrescentam outros nomes ou termos de convidados a louvar: “filhos de Sião”, Israel, seu povo oprimido. São grupos diversos ou nomes diversos do mesmo grupo? Os fiéis não se identificam com o povo inteiro oprimido, mas são seus representantes e defensores, o que explica ou justifica sua espiritualidade combativa.

Costuma-se encontrar na exegese, este salmo na função de texto para uma dança sacra com a espada: os executantes brandem uma espada enquanto lançam vivas a Deus. Uns executantes fazem de inimigos vencidos, apressados, condenados; outros adiantam-se para a execução fictícia da sentença. A dança conclui cantando a vitória. Deus há de esmagar o inimigo por meio das armas dos soldados judeus assideus.


Transposição cristã


O símbolo bélico proposto neste salmo é totalmente corrigido pela nova lei de Cristo, que não aceitava a violência, nem mesmo como forma de justiça. Quando vêm para prendê-lo com espadas, Jesus recusa tanto as legiões dos anjos como a espada de Pedro (Mt 26, 52-54). Não aceita uma violência justa contra uma injusta, não responde à espada. Sua vitória é de outro tipo. Por sua parte, Paulo faz das armas interpretação metafórica.

Da mesma forma, os Padres identificam a espada com a pregação do evangelho ou com a espada judicial do Ap 1, 16. “Segurava na mão direita sete estrelas. De sua boca saía uma espada afiada, de dois gumes...” A propósito de “sujeitar”, citam o dito de Lc 11, 21-22 sobre o forte ligado por outrem mais forte. “Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui. Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos.

Disse Jesus: "Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, o Senhor se apresenta como aquele que é manso, mas também humilde." Em outra passagem Ele diz: "Eu te louvo Pai, por esconder estas coisas dos grandes e revelastes aos pequeninos." (Mat 11, 25) ou seja, o Senhor diz que os mistérios de Deus (Sua Santa Vontade) se revela somente aos pequenos, aos simples, àqueles que se colocam em suas mãos com docilidade e confiança.

A missão que cada um de nós temos diante de Deus, nosso Pai, é de nos tornarmos como esses pequeninos, que nosso Senhor Jesus identifica como as crianças, e disse: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus." (Mat 18, 3).

É tão importante que aconteça essa mudança em nossas vidas de homens cheios de orgulho, presunção, autossuficiência, que corremos um sério risco de, enquanto isso não acontecer, não nos apropriamos do Reino de Deus e assim não estarmos em Sua Vontade Suprema. Jesus diz: "Aquele, portanto que se tornar pequenino como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus." Precisamos então, com o auxílio da graça, nos tornarmos como esses pequeninos, ou essas criancinhas que Jesus tanto ama. Ele próprio faz uma ameaça a quem escandalizar a um desses pequeninos: "Caso alguém escandalize um destes pequeninos que creem em mim, melhor será que lhe pendurem ao pescoço uma pesada mó e seja precipitado nas profundezas do mar." (Mat 18,6).

Assim são essas criancinhas - os humildes - que dão a Deus o perfeito louvor - e lhe disseram: "Estás ouvindo o que estão a dizer?" Jesus respondeu: "Sim. Nunca lestes que: Da boca dos pequeninos e das criancinhas de peito preparaste um louvor para ti." (Mat 21, 16) e ainda, "Os chefes dos sacerdotes e os escribas, vendo os prodígios que fizera e as crianças que exclamavam no Templo 'Hosana ao Filho de Davi', ficaram indignados." (Mat 21, 15)

Portanto, cantemos realmente um canto novo, com coração contrito e puro, com amor incondicional de uma criança, que reconhece no Pai toda a sua segurança, proteção e provimento.


João Gonçalves Pereira Júnior – Fundador da CST
Cristiane Queiroz Duarte – Membro de Aliança da CST 

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