segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

BENTO XVI: MARIA É BEM-AVENTURADA POR SUA FÉ FIRME EM DEUS




Em suas palavras prévias à oração Ângelus diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Bento XVI afirmou que a Virgem é "bem-aventurada" porque "acreditou, porque teve uma fé firme em Deus",

O Santo Padre assinalou que "neste Ano da fé queria sublinhar que Maria é a Imaculada por um dom gratuito da graça de Deus, mas que nela encontrou perfeita disponibilidade e colaboração".

"A Imaculada demonstra que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa".

O Papa explicou também que "Maria representa aquele "resto de Israel", aquela raiz santa que os profetas anunciaram. Nela encontram acolhimento as promessas da antiga Aliança".

"Em Maria a Palavra de Deus encontra escuta, recepção, resposta, encontra aquele ‘sim’ que a permite tomar carne e vir habitar em meio a nós". Bento XVI indicou que "em Maria a humanidade, a história se abrem realmente a Deus, acolhem a sua graça, estão dispostas a fazer a sua vontade. Maria é expressão genuína da Graça".

"Ela representa o novo Israel, que as Escrituras do Antigo Testamento descrevem com o símbolo da esposa. E São Paulo retoma esta linguagem na Carta aos Efésios lá onde fala do matrimônio e diz que "Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível".

O Papa indicou que "Os Padres da Igreja desenvolveram esta imagem e assim a doutrina da Imaculada nasceu primeiro em referência à Igreja virgem-mãe, e depois a Maria. Assim escreve poeticamente Efrem o Sírio: "Como os corpos pecaram e morreram, e a terra, sua mãe, é maldita, (cfr Gen 3,17-19), assim por causa deste corpo que é a Igreja incorruptível, sua terra é bendita desde o início. Esta terra é o corpo de Maria, templo no qual uma semente foi colocada".

Bento XVI recordou também que "A luz que emana da figura de Maria nos ajuda também a compreender o verdadeiro sentido do pecado original. Em Maria, de fato, é plenamente viva e operante aquela relação com Deus que o pecado rompe", assinalou.

"Nela não tem alguma oposição entre Deus e o seu ser: tem plena comunhão, plena concordância. Tem um "sim" recíproco, entre Deus e ela e ela e Deus. Maria é livre do pecado porque é toda de Deus, totalmente esvaziada por Ele. É cheia de sua Graça, do seu Amor".

Como conclusão, o Papa sublinhou que "a doutrina da Imaculada Conceição de Maria exprime a certeza de fé que as promessas de Deus foram realizadas: que a sua aliança não falha, mas produziu uma raiz santa, da qual brotou o Fruto bendito de todo o universo, Jesus, o Salvador. A Imaculada está a demonstrar que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa.".

"Sigamos o exemplo da Mãe de Deus, para que também em nós a graça do Senhor encontre resposta em uma fé genuína e fecunda", finalizou.

Fonte: ACI/EWTN Noticias


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

URGENTE! Querem Cubanizar a Internet Brasileira - padrepauloricardo.org

Cubanizar a Internet Brasileira

Salve Maria!

Por duas vezes, nas semanas passadas, conseguimos, com o seu apoio, pressionar a Câmara dos Deputados para que fosse adiada a votação do projeto de lei chamado "Marco Civil da Internet". 

Precisamos mais uma vez do seu apoio, com urgência, pois estamos na iminência da aprovação do Marco Civil!

Infelizmente, o projeto será levado ao plenário Câmara, mais uma vez, nesta terça-feira (04/12/2012). Agora, porém, o governo virá com toda carga, pois conseguiu o apoio da bancada do maior partido da oposição, o PSDB.

Os defensores do projeto afirmam que se trata de uma lei inofensiva. E foi esta a argumentação que a oposição engoliu. De fato, à primeira vista, a coisa parece inócua. Quem, em sã consciência, seria contra, por exemplo, que se garantissem "os direitos humanos" e a "diversidade" (cf. art. 2)? Estas seriam expressões ingênuas e inofensivas, se, e somente se, tivéssemos um governo no qual pudéssemos confiar. Mas qual é o currículo da ideologia que nos governa? Não estamos falando das mesmas pessoas que, em tudo e por tudo:
  • tentaram censurar e intimidar a classe jornalística?
  • mantém a grande mídia de joelhos com negociações bancárias?
  • moderam as críticas ao governo mediante o interesse mercantil das propagandas institucionais nos meios de comunicação?
  • intimidam pregadores cristãos com projetos de "mordaça gay"?
  • cerceiam a liberdade religiosa proibindo cada vez mais manifestações públicas da fé cristã (enquanto concedem verba às mais variadas imoralidades)?
  • incentivam o ativismo judicial?
Não é necessária muita perspicácia para notar que o Marco Civil poderá ser mais um instrumento de patrulhamento ideológico. Por que, por exemplo, tanto zelo em defender as "diversidades" sem, em contrapartida, manifestar a mínima preocupação de assegurar na internet a liberdade religiosa e o direito de expressão dos valores tradicionais partilhados, aliás, pela maioria esmagadora da população brasileira?
Podemos estar certos de que, aprovado o Marco Civil da Internet, aumentará o coro dos que perseguem os cristãos com acusações de "intolerância", "discriminação" e até "nazismo". Quem de nós nunca ouviu ou viveu na própria pele este tipo de ditadura do relativismo? Vejamos então os passos para "democratizar" a internet à imagem e semelhança do modelo chinês:
  • o legislativo aprova uma lei fundamental "inofensiva" (Marco Civil);
  • o executivo escreve a regulamentação ideológica que lhe aprouver, usando até mesmo o recurso de medidas provisórias;
  • o judiciário fornece uma pletora juízes "alinhados" e que com medidas cautelares ou até mesmo sentenças vão retirando os sites indesejados do ar. (Ah! já ia me esquecendo da militância do Ministério Público...).
Teoria da conspiração? Caberia a acusação, se as pessoas que nos governam já não tivessem mostrado o a que vieram: cubanizar o Brasil.
Por isto, VAMOS AGIR MAIS UMA VEZ!
Telefonem ou escrevam um fax para os líderes dos Partidos na Câmara dos Deputados e peça que A BANCADA DO PARTIDO VOTE CONTRA O PL 2126 DE 2011Os endereços estão logo abaixo.
Ligue já! É importante garantir principalmente uma reação dos partidos de oposição.
Deus lhe pague por sua disponibilidade!
Padre Paulo Ricardo

TELEFONE E FAX dos Líderes dos Partidos
Ligar e pedir voto contrário ao PL 2126-2011

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Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES
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Nome civil: HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES
Aniversário: 9 / 12 - Profissão: Bacharel em Direito
Partido/UF: PMDB / RN / Titular
Telefone: (61) 3215-5539 - Fax: 3215-2539
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Deputado BRUNO ARAÚJO
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Nome civil: BRUNO CAVALCANTI DE ARAÚJO
Aniversário: 15 / 3 - Profissão: ADVOGADO
Partido/UF: PSDB / PE / Titular
Telefone: (61) 3215-5718 - Fax: 3215-2718
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Deputado GUILHERME CAMPOS
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Nome civil: GUILHERME CAMPOS JÚNIOR
Aniversário: 20 / 11 - Profissão: Comerciante e Empresário
Partido/UF: PSD / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5283 - Fax: 3215-2283
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Deputado LINCOLN PORTELA
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Nome civil: LINCOLN DINIZ PORTELA
Aniversário: 3 / 11 - Profissão: Radialista e Comunicador.
Partido/UF: PR / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5615 - Fax: 3215-2615
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Deputado ARTHUR LIRA
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Nome civil: ARTHUR CÉSAR PEREIRA DE LIRA
Aniversário: 25 / 6 - Profissão: Agropecuarista, Bacharel em Direito, Empresário
Partido/UF: PP / AL / Titular
Telefone: (61) 3215-5942 - Fax: 3215-2942
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Deputado RIBAMAR ALVES
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Nome civil: JOSÉ DE RIBAMAR COSTA ALVES
Aniversário: 15 / 6 - Profissão: MEDICO
Partido/UF: PSB / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5729 - Fax: 3215-2729
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Deputado ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO
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Nome civil: ANTÔNIO CARLOS PEIXOTO DE MAGALHÃES NETO
Aniversário: 26 / 1 - Profissão: Advogado
Partido/UF: DEM / BA / Titular
Telefone: (61) 3215-5939 - Fax: 3215-2939
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Deputado ANDRÉ FIGUEIREDO
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Nome civil: ANDRÉ PEIXOTO FIGUEIREDO LIMA
Aniversário: 10 / 11 - Profissão: Advogado, Economista, Empresário
Partido/UF: PDT / CE / Titular
Telefone: (61) 3215-5940 - Fax: 3215-2940
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Deputado JOVAIR ARANTES
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Nome civil: JOVAIR DE OLIVEIRA ARANTES
Aniversário: 4 / 6 - Profissão: Cirurgião-Dentista
Partido/UF: PTB / GO / Titular
Telefone: (61) 3215-5504 - Fax: 3215-2504
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Deputado RUBENS BUENO
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Nome civil: RUBENS BUENO
Aniversário: 23 / 5 - Profissão: Professor
Partido/UF: PPS / PR / Titular
Telefone: (61) 3215-5623 - Fax: 3215-2623
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Deputado ANDRE MOURA
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Nome civil: ANDRÉ LUIS DANTAS FERREIRA
Aniversário: 23 / 2 - Profissão: Político
Partido/UF: PSC / SE / Titular
Telefone: (61) 3215-5846 - Fax: 3215-2846
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Deputado ANTONIO BULHÕES
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Nome civil: ANTONIO CARLOS MARTINS DE BULHÕES
Aniversário: 5 / 5 - Profissão: Apresentador de Televisão, Administrador, Teólogo e Bispo Evangélico
Partido/UF: PRB / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5327 - Fax: 3215-2327
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Deputada JAQUELINE RORIZ
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Nome civil: JAQUELINE MARIA RORIZ
Aniversário: 18 / 8 - Profissão: Pedagogo
Partido/UF: PMN / DF / Titular
Telefone: (61) 3215-5408 - Fax: 3215-2408
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Deputado ANTONIO CARLOS MENDES THAME
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Nome civil: ANTONIO CARLOS DE MENDES THAME
Aniversário: 13 / 6 - Profissão: Professor Universitário.
Partido/UF: PSDB / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5624 - Fax: 3215-2624
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Deputado LINCOLN PORTELA
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Nome civil: LINCOLN DINIZ PORTELA
Aniversário: 3 / 11 - Profissão: Radialista e Comunicador.
Partido/UF: PR / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5615 - Fax: 3215-2615
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Deputado SARNEY FILHO
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Nome civil: JOSÉ SARNEY FILHO
Aniversário: 14 / 6 - Profissão: Advogado
Partido/UF: PV / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5202 - Fax: 3215-2202
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Deputado RUBENS BUENO
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Nome civil: RUBENS BUENO
Aniversário: 23 / 5 - Profissão: Professor
Partido/UF: PPS / PR / Titular
Telefone: (61) 3215-5623 - Fax: 3215-2623
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Deputado JÂNIO NATAL
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Nome civil: JÂNIO NATAL ANDRADE BORGES
Aniversário: 25 / 12 - Profissão: Administrador
Partido/UF: PRP / BA / Titular
Telefone: (61) 3215-5671 - Fax: 3215-2671
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Deputado DR. GRILO
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Nome civil: RODRIGO MOREIRA LADEIRA GRILO
Aniversário: 26 / 7 - Profissão: Advogado
Partido/UF: PSL / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5645 - Fax: 3215-2645
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Deputado JOSÉ HUMBERTO
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Nome civil: JOSÉ HUMBERTO SOARES
Aniversário: 29 / 10 - Profissão: Comerciante, Consultor, Engenheiro Mecânico
Partido/UF: PHS / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5267 - Fax: 3215-2267
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Deputado AUREO
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Nome civil: AUREO LIDIO MOREIRA RIBEIRO
Aniversário: 17 / 2 - Profissão: Empresário
Partido/UF: PRTB / RJ / Titular
Telefone: (61) 3215-5581 - Fax: 3215-2581
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Deputado EDIVALDO HOLANDA JUNIOR
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Nome civil: EDIVALDO DE HOLANDA BRAGA JUNIOR
Aniversário: 1 / 7 - Profissão: Bacharel em Direito, Empresário
Partido/UF: PTC / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5484 - Fax: 3215-2484

COMO FALAR DE DEUS NO MUNDO?


Como falar de Deus no mundo? (catequese do Papa)

28 de Novembro de 2012


Caros irmãos e irmãs,

A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas na sua verdade salvífica nos corações sempre fechado dos nossos contemporâneos e na mente deles tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade? O próprio Jesus, dizem-nos os Evangelistas, no anunciar do Reino de Deus se perguntou sobre isto: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é também a escuta de quanto disse o próprio Deus. Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se. Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar-nos a vida boa do Evangelho.

Falar de Deus quer dizer antes de tudo ter bem claro isso que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver. Por isto, falar de Deus requer uma familiaridade com Jesus e o seu Evangelho, pressupõe uma noção pessoal e real consciência de Deus e uma forte paixão pelo seu projeto de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus. O método de Deus é aquele da humildade – Deus se faz um de nós – é o método realizado na Encarnação na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, aquela da parábola do grão de mostarda. Não devemos temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que penetra na massa e lentamente a faz crescer (cfr Mt 13,33). No falar de Deus, na obra de evangelização, sob a orientação do Espírito Santo, é necessária uma recuperação da simplicidade, um retornar ao essencial do anúncio: a Boa Notícia de um Deus que é real e concreto, um Deus que se interessa por nós, um Deus-Amor que se faz próximo de nós em Jesus Cristo até a Cruz e que na Ressurreição nos doa a esperança e nos abre a uma vida que não tem fim, a vida eterna, a vida verdadeira. Aquele excepcional comunicador que foi o apóstolo Paulo nos oferece uma lição que vai direto ao centro da fé e do problema “como falar de Deus” com grande simplicidade. Na Primeira Carta aos Coríntios escreve: “Quando cheguei no meio de vós, não me apresentei para anunciar o mistério de Deus com excelência da palavra ou de sabedoria. Decidi, na verdade, não dever saber coisa alguma no meio de vós senão Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (2,1-2). Então a primeira realidade é que Paulo não fala de uma filosofia que ele desenvolveu, não fala de ideais que encontrou em qualquer lugar ou inventou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com ele e falará conosco, fala de Cristo crucificado e ressuscitado. A segunda realidade é que Paulo não busca a si mesmo, não quer criar um time de admiradores, não quer entrar na história como chefe de uma escola de grande conhecimento, não busca a si próprio, mas São Paulo anuncia Cristo e quer ganhar as pessoas para o Deus verdadeiro e real. Paulo fala somente com o desejo de querer pregar aquilo que entrou na sua vida e que é a verdadeira vida, que o conquistou no caminho para Damasco. Então, falar de Deus quer dizer dar espaço Àquele que se faz conhecer, que nos revela a sua face de amor, quer dizer expropriar o próprio eu oferecendo-o a Cristo, na consciência de que não somos nós a poder ganhar os outros para Deus, mas devemos conhecê-los pelo próprio Deus, para invocá-lo. O falar de Deus nasce também da escuta, do nosso conhecimento de Deus que se realiza na familiaridade com Ele, na vida da oração e segundo os Mandamentos.

Comunicar a fé, para São Paulo, não significa trazer a si mesmo, mas dizer abertamente e publicamente aquilo que viu e sentiu no encontro com Cristo, quanto experimentou na sua existência ora transformada pelo encontro: é trazer aquele Jesus que sente presente em si mesmo e tornou-se o verdadeiro sentido da sua vida, para fazer entender a todos que Ele é necessário para o mundo e é decisivo para a liberdade de cada homem. O Apóstolo não se contenta de proclamar as palavras, mas envolve toda a própria existência na grande obra da fé. Para falar de Deus, é preciso dar-lhe espaço, na confiança de que é Ele que age na nossa fraqueza: dar-lhe espaço sem medo, com simplicidade e alegria, na convicção profunda de que quanto mais colocamos no centro Ele e não nós, mais a nossa comunicação será frutífera. E isto vale também para a comunidade cristã: esses são chamados a mostrar a ação transformadora da graça de Deus, superando individualismos, fechamento, egoísmos, indiferença e vivendo na relação cotidiana o amor de Deus. Perguntemo-nos se são realmente assim as nossas comunidades. Devemos colocar-nos de modo a tornar-nos sempre e realmente assim, anunciadores de Cristo e não de nós mesmos.

Neste ponto, devemos perguntar-nos como comunicava o próprio Jesus. Jesus na sua singularidade fala de seu Pai – Abbá – e do Reino de Deus, com o olhar repleto de compaixão pelos inconvenientes e dificuldades da existência humana. Fala com grande realismo e, direi, o essencial do anúncio de Jesus é que torna transparente o mundo e a nossa vida vale para Deus. Jesus mostra que no mundo e na criação aparece a face de Deus e nos mostra como nas histórias cotidianas da nossa vida Deus está presente. Seja nas parábolas da natureza, o grão de mostarda, o campo com diversas sementes, ou na nossa vida, pensamos na parábola do filho pródigo, de Lázaro e em outras parábolas de Jesus. Dos Evangelhos vemos como Jesus se interessa por cada situação humana que encontra, se emerge na realidade dos homens e das mulheres do seu tempo, com uma confiança plena na ajuda do Pai. E que realmente nesta história, secretamente, Deus está presente e se estamos atentos podemos encontrá-Lo. E os discípulos, que vivem com Jesus, as multidões que O encontram, vêem a sua reação aos problemas mais absurdos, vêem como fala, como se comporta; vêem Nele a ação do Espírito Santo, a ação de Deus. Nele anúncio e vida se entrelaçam: Jesus age e ensina, partindo sempre de um íntimo relacionamento com Deus Pai. Este estilo torna-se um indício essencial para nós cristãos: o nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar de Deus no hoje, porque mostra com uma existência vivida em Cristo a credibilidade, o realismo, daquilo que dizemos com as palavras, que não são somente palavras, mas mostram a realidade, a verdadeira realidade. E nisso devemos estar atentos para entender os sinais dos tempos na nossa época, isto é, para identificar os potenciais, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, em particular o desejo de autenticidade, o anseio de transcendência, a sensibilidade para a salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta que oferece a fé em Deus. O Ano da Fé é ocasião para descobrir, com a fantasia animada pelo Espírito Santo, novos caminhos em nível pessoal e comunitário, a fim de que em cada lugar a força do Evangelho seja sabedoria de vida e orientação da existência.

Também no nosso tempo, um lugar privilegiado para falar de Deus é a família, a primeira escola para comunicar a fé às novas gerações. O Concílio Vaticano II fala dos pais como os primeiros mensageiros de Deus (cfr Cost. dogm. Lumen gentium, 11; Decr. Apostolicam actuositatem, 11), chamados a redescobrir esta sua missão, assumindo a responsabilidade no educar, no abrir a consciência dos pequenos ao amor de Deus como um serviço fundamental às suas vidas, no ser os primeiros catequistas e mestres da fé para seus filhos. E nesta tarefa é importante antes de tudo a vigilância, que significa saber entender as ocasiões favoráveis para introduzir na família o discurso de fé e para fazer amadurecer uma reflexão crítica a respeito dos numerosos condicionamentos aos quais são submetidos os filhos. Esta atenção dos pais é também sensibilidade em reconhecer as possíveis questões religiosas nas mentes dos filhos, às vezes evidentes, às vezes secretas. Depois, a alegria: a comunicação da fé deve sempre ter uma totalidade de alegria. É a alegria pascal, que não omite ou esconde a realidade da dor, do sofrimento, do cansaço, da dificuldade, da incompreensão e da própria morte, mas sabe oferecer os critérios para interpretar tudo na perspectiva da esperança cristã. A vida boa do Evangelho é mesmo este olhar novo, esta capacidade de ver com os próprios olhos de Deus cada situação. É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de alegria profunda, é perceber a ação de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz barulho; e oferece orientações preciosas para viver bem a própria existência. Enfim, a capacidade de escuta e de diálogo: a família deve ser um ambiente onde se aprende a estar junto, a conciliar os conflitos no diálogo recíproco, que é feito de escuta e de palavra, a compreender-se e a amar-se, para ser um sinal, um para o outro, do amor misericordioso de Deus.

Falar de Deus, então, quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sim é o seu verdadeiro assegurador, a garantia da grandeza da pessoa humana. Assim, retornamos ao início: falar de Deus é comunicar, com força e simplicidade, com a palavra e com a vida, isso que é essencial: o Deus de Jesus Cristo, aquele Deus que nos mostrou um amor tão grande a ponto de encarnar-se, morrer e ressurgir para nós; aquele Deus que pede para segui-Lo e deixar-se transformar pelo seu imenso amor para renovar a nossa vida e as nossas relações; aquele Deus que nos doou a Igreja, para caminhar juntos e, através da Palavra e dos Sacramentos, renovar a inteira Cidade dos homens, a fim de que possa tornar-se Cidade de Deus.

Bento XVI

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

FRAGMENTO DA CARTA APOSTÓLICA PARA O ANO DA FÉ


CARTA APOSTÓLICA
SOB FORMA DE MOTU PROPRIO
PORTA FIDEI
DO SUMO PONTÍFICE
BENTO XVI
COM A QUAL SE PROCLAMA O ANO DA FÉ

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início no Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude»[1]. Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado.[2] Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.

3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf.Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.

4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II,[3] com o objectivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese[4] e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um ano semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca».[5] Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar».[6] As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus,[7] para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.

5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar»[8], bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».[9] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».[10]

6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz».[11]

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf.Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10;Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).

O documento pode ser lido na íntegra através do site:

SUPREMO APOSTOLATUS OFFICIO


CARTA ENCÍCLICA SUPREMI APOSTOLATUS OFFICIODE SUA SANTIDADE PAPA LEÃO XIII A TODOS OS NOSSOS VENERÁVEIS
IRMÃOS, OS PATRIARCAS,
PRIMAZES, ARCEBISPOS
E BISPOS DO ORBE CATÓLICO,
EM GRAÇA E COMUNHÃO
COM A SÉ APOSTÓLICA
SOBRE O ROSÁRIO DE NOSSA SENHORA

Veneráveis Irmãos,
Saúde e Bênção Apostólica
.

O auxílio de Maria nos males presentes da Igreja 

1. O ofício do Sumo Pontificado, que Nós exercemos, e a dificílima condição dos tempos presentes, cada dia mais nos induzem e como que nos impelem a prover com tanto maior solicitude à tutela e à incolumidade da Igreja, quanto mais graves são as suas provações. Por isto, enquanto, com todas as forças, nos aplicamos a salvaguardar por todos os modos os direitos da Igreja, e a prevenir e afastar os perigos que ou estão iminentes ou já a rondam, sem trégua nos aplicamos a invocar os celestes auxílios, persuadidos de que só com estes a Nossa obra è as Nossas solicitudes poderão conseguir o êxito desejado.
2. Para este fim, nada consideramos mais eficaz e mais poderoso do que tornar-nos propícia, pela devoção e pela piedade, a grande Mãe de Deus, a Virgem Maria. De fato, mediadora, junto aDeus, da nossa paz, e dispensadora das graças celestes, ela está sentada no Céu no mais alto trono de poder e de glória, para conceder o auxílio do seu patrocínio aos homens, que, entre tantas penas e tantas lutas, fadigosamente caminham para a eterna pátria.
Portanto, estando já agora próxima a anual solenidade destinada a receber os inúmeros e assinalados benefícios concedidos ao povo cristão por meio do santo Rosário de Maria, queremos que, este ano, todo o orbe católico com particular devoção dirija à Virgem Maria a mesma piedosa oração, a fim de que, pela sua intercessão, possamos ter a alegria de ver seu Filho aplacado e movido a compaixão das nossas misérias.
Por tal motivo, julgamos bem, ó Veneráveis Irmãos, dirigir-vos esta Carta, para que, conhecidas as Nossas intenções, possais, com a vossa autoridade e com o vosso zelo, estimular a piedade dos fiéis a corresponder-vos diligentemente.

Poder e bondade de Maria 

3. Nos momentos de apreensão e de incerteza, foi sempre o primeiro e sagrado pensamento dos católicos o de recorrerem a Maria, e de se refugiarem na sua maternal bondade. E isto demonstra a firmíssima esperança, antes a plena confiança, que a Igreja Católica com toda razão sempre depositou na Mãe de Deus. De fato, a Virgem Imaculada, escolhida para ser Mãe de Deus, e por isto mesmo feita Co-Redentora do gênero humano, goza junto a seu Filho de um poder e de uma graça tão grande, que nenhuma criatura, nem humana nem angélica, jamais pôde nem jamais poderá atingir uma maior. E, visto como a alegria mais grata para ela é a de ajudar e consolar todo fiel em particular que invoque o seu socorro, não pode haver dúvida de que ela muito mais prazeirosamente deseje acolher, antes, que exulte em acolher, os votos da Igreja toda.

Intervenções de Maria na história de Igreja

4. Mas esta ardente e confiante piedade para com a augusta Rainha do Céu foi posta em mais clara luz quando a violência dos erros largamente difundidos, ou a transbordante corrupção dos costumes, ou o assalto de inimigos poderosos, pareceram pôr em perigo a Igreja militante de Deus.
5. As memórias antigas e modernas e os sagrados fastos da Igreja relembram, de uma parte, as súplicas públicas e particulares e os votos elevados à divina Mãe, e, de outra parte, os auxílios por meio dela obtidos, e a tranqüilidade e a paz pelo Céu concedidas. Daí tiveram origem esses títulos insignes com que os povos católicos a saudaram: Auxiliadora dos cristãos, Socorredora e Consoladora, Dominadora das guerras, Senhora das vitórias, Pacificadora. Entre os quais é principalmente digno de menção o titulo, tão solene, do Rosário, que consagra à imortalidade os seus assinalados benefícios em favor da inteira Família cristã.
6. Nenhum de vós, ó Veneráveis Irmãos, ignora quantas dores e quantas lágrimas, no fim do século XII, proporcionaram à santa Igreja de Deus os hereges Albigenses, que, nascidos da seita dos últimos Maniqueus, haviam infectado de perniciosos erros a França meridional e outras regiões do mundo latino. Espalhando em torno de si o terror das armas, eles tramavam estender o seu domínio pelos morticínios e pelas ruínas. Contra esses péssimos inimigos Deus misericordioso suscitou, como vos é bem conhecido, um homem virtuosíssimo: o ínclito padre fundador da Ordem dominicana. Insigne pela integridade da doutrina, por exemplos de virtude e pelos seus labores apostólicos, ele se preparou com intrépida coragem para travar as batalhas da Igreja Católica, confiando não na força das armas, mas sobretudo na daquela oração que ele, por primeiro, introduziu sob o nome do santo Rosário, e que, ou diretamente ou por meio dos seus discípulos, depois divulgou por toda parte.
Visto como, por inspiração ou por impulso divino, ele bem sabia que, com o auxílio desta oração, poderoso instrumento de guerra, os fiéis poderiam vencer e desbaratar os inimigos, e forçá-los a cessar a sua ímpia e estulta audácia. E é sabido que os acontecimentos deram razão à previsão. De feito, desde quando tal forma de oração ensinada por S. Domingos, foi abraçada e devidamente praticada pelo povo cristão, de um lado começaram a revigorar-se a piedade, a fé e a concórdia, e, de outro, foram por toda parte quebradas as manobras e as insídias dos hereges. Além disto, muitíssimos errantes foram reconduzidos à trilha da salvação, e a loucura dos ímpios foi esmagada por aquelas armas que os católicos haviam empunhado para reprimir a violência.
7. A eficácia e o poder da mesma oração foi, depois experimentada também no século XVI, quando as imponentes forças dos Turcos ameaçavam impor a quase toda a Europa o jugo da superstição da barbárie. Nessa circunstância, o Pontífice S. Pio V, depois de estimular os soberanos cristãos à defesa de uma causa que era a causa de todos, dirigiu todo o seu zelo a obter que a poderosíssima Mãe de Deus, invocada por meio do santo Rosário, viesse em auxílio do povo cristão. E a resposta foi o maravilhoso espetáculo então oferecido ao Céu e à terra; espetáculo que empolgou as mentes e os corações de todos!
Com efeito, de um lado os fiéis, prontos a dar a vida e a derramar o sangue pela incolumidade da religião e da pátria, junto ao golfo de Corinto esperavam impávidos o inimigo; de outro lado, homens inermes, com piedosa e suplicante falange, invocavam Maria, e com a fórmula do santo Rosário repetidamente a saudavam, a fim de que assistisse os combatentes até à vitória. E Nossa Senhora, movida por aquelas preces, os assistiu: porquanto, havendo a frota dos cristãos travado batalha perto de Lepanto, sem graves perdas dos seus desbaratou e matou os inimigos, e alcançou uma esplêndida vitória. Por este motivo o santo Pontífice, para perpetuar a lembrança da graça obtida, decretou que o dia aniversário daquela grande batalha fosse considerado festivo com honra da Virgem das Vitórias; festa que depois Gregório XIII consagrou sob o título do Rosário.
8. Igualmente são conhecidas as vitórias alcançadas sobre as forças dos Turcos, durante o século passado, primeiramente perto de Timisoara, na Rumania, depois perto da ilha de Corfu: com dois dias dedicados à grande Virgem, e após muitas preces a ela elevadas sob a forma do Rosário. Esta foi a razão que levou o Nosso Predecessor Clemente XI a estabelecer que, com prova de gratidão, a Igreja toda celebrasse cada ano a solenidade do santo Rosário.

Louvores do Rosário

9. Portanto, visto que os fatos demonstram o quanto esta oração é agradável à Virgem, e o quanto é eficaz na defesa da Igreja e do povo cristão, em alcançar os divinos favores para os simples indivíduos e para a sociedade inteira, não há-de causar nenhuma admiração que também outros Nossos Predecessores, com palavras de fervoroso encômio, se hajam aplicado a incrementá-la.
Assim Urbano IV afirmou que "cada dia o povo cristão recebe novas graças por meio do Rosário"; Sixto IV proclamou que esta forma de oração "é oportuna, não só para promover a honra de Deus e da Virgem, mas também para afastar os perigos que o mundo nos prepara"; Leão X disse-a "instituída contra os heresiarcas e contra o serpear das heresias"; e Júlio III chamou-lhe "ornamento da Igreja de Roma". Igualmente Pio V, falando desta oração, disse que, "ao difundir-se ela, os fiéis, inflamados por aquelas meditações e afervorados por aquelas preces, começaram de repente a transformar-se com outros homens; as trevas das heresias começaram dissipar-se, e mais clara começou a manifestar-se a luz da fé católica". Finalmente, Gregório XIII declarou que "o Rosário foi instituído por S. Domingos para aplacar a ira de Deus e para obter a intercessão da bem-aventurada Virgem".

O Rosário e os males dos tempos presentes

10. Movido por estas considerações e pelos exemplos dos Nossos Predecessores, julgamos assaz oportuno, nas presentes circunstâncias, ordenar solenes preces a fim de que a Virgem augusta, invocada por meio do santo Rosário, nos impetre de Jesus Cristo, seu Filho, auxílios iguais às necessidades.
11. Bem vedes, ó Veneráveis Irmãos, as incessantes e graves lutas que trabalham a Igreja. Vedes que a moralidade pública e a própria fé - o maior dos bens e o fundamento de todas as outras virtudes estão expostas a perigos sempre mais graves. Assim também vós não só conheceis a Nossa difícil situação e as Nossas múltiplas angústias, mas, pela caridade que a Nós tão estreitamente vos une, as sofreis juntamente conosco.
Porém o fato mais doloroso e mais triste de todos é que tantas almas, remidas pelo sangue de Cristo, como que arrebatadas pelo turbilhão desta época transviada, vão-se precipitando numa conduta sempre mais depravada, e se abismam na eterna ruína; por isto a necessidade do divino auxílio certamente não é menor hoje do que a que era sentida quando o grande Domingos, para curar as feridas da sociedade, introduziu a prática do Rosário mariano. Iluminado do alto, ele viu claramente que para os males do seu tempo não havia remédio mais eficaz do que reconduzir os homens a Cristo, que é "caminho, verdade e vida", mediante a freqüente meditação da Redenção por Ele operada; e interpor junto a Deus a intercessão dessa Virgem a quem foi concedido "aniquilar todas as heresias".
Por este motivo ele dispôs a prática do Rosário de modo que fossem sucessivamente recordados os mistérios da nossa salvação, e a este dever da meditação se entremeasse como que uma mística coroa de saudações angélicas, intercaladas pela oração a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós, pois, que andamos procurando um igual remédio para não diversos males, não duvidamos de que a mesma oração, pelo santo Patriarca introduzida com tão notável vantagem para o mundo católico, tornar-se-á eficacíssima para aliviar também as calamidades dos nossos tempos.
12. Portanto, em consideração destas razões, não somente exortamos calorosamente todos os cristãos a praticarem, sem se cansar, o piedoso exercício do Rosário, publicamente, ou em particular, nas suas casas e famílias, mas também queremos que todo o mês de Outubro do ano em curso seja consagrado e dedicado à celeste Rainha do Rosário.

Prescrições e privilégios para o mês de outubro

13. Estabelecemos, pois, e ordenamos que, em todo o mundo católico, a solenidade de Nossa Senhora do Rosário seja este ano celebrada com particular devoção e com esplendor de culto. Ordenamos, além disso, que, do dia primeiro de Outubro ao dia dois do seguinte mês de Novembro, em todas as igrejas paroquiais, e, se os Ordinários o julgarem vantajoso e conveniente, também nas outras igrejas e nas capelas dedicadas à Mãe de Deus, se recitem devotamente ao menos cinco dezenas do Rosário, com o acréscimo das Ladainhas Lauretanas. Depois, desejamos que, quando o povo se reunir para tais orações, ou se ofereça o santo Sacrifício da Missa, ou se exponha solenemente o SS. Sacramento, e no fim se dê aos presentes a Bênção com a Hóstia sacrossanta.
14. Vivamente aprovamos que as Confrarias do Rosário, seguindo uma antiga tradição, façam solenes procissões pelas ruas da cidade, em pública demonstração da sua fé. Mas onde, pela adversidade dos tempos, isto não for possível, não duvidamos de que tudo quanto por este lado for subtraído ao culto público será compensado por uma concorrência mais numerosa nas igrejas; e que o fervor da piedade se manifestará por uma prática mais diligente das virtudes cristãs. Em favor, pois, daqueles que executarem tudo quanto mais acima dispusemos, abrimos de bom grado os celestes tesouros da Igreja, a fim de que achem neles o estímulo e ao mesmo tempo o prêmio da devoção.
Por isto, àqueles que, dentro do tempo estabelecido, participarem da pública recitação do Rosário com as Ladainhas, e orarem segundo a Nossa intenção, concedemos, para cada vez, a Indulgência de sete anos e de sete quarentenas: Queremos, igualmente, que de tal benefício possam fruir aqueles que, impedidos por legítima causa de praticar em público o piedoso exercício, o praticarem em particular, e orarem também segundo a Nossa intenção.
15. Depois, àqueles que, dentro do sobredito tempo, ao menos por dez vezes cumprirem a mesma prática, ou em público nas igrejas ou, por justos motivos, nas suas casas, concedemos a Indulgência plenária, desde que à piedosa prática juntem a Confissão e a Comunhão.
16. Esta Indulgência plenária das suas culpas concedemo-la também a todos os que, na mesma solenidade da bem-aventurada Virgem do Rosário ou num dos oito dias seguintes, igualmente se aproximarem do tribunal da Penitência e da Mesa do Senhor, e em alguma igreja rezarem, segundo a Nossa intenção, pelas necessidades da santa Igreja.

Esperanças do Sumo Pontífice

17. Eia, pois, Veneráveis Irmãos: pelo zelo que tendes da honra de Maria e da salvação da sociedade humana, esforçai-vos por alimentar a devoção e por aumentar a confiança do povo para com a grande Virgem. Nós pensamos seja de atribuir-se a divino favor o fato de, mesmo em momentos tão procelosos para a Igreja como estes, haver-se mantido sólida e florescente, na maior parte do povo cristão, a antiga veneração e piedade para com a Virgem augusta. Mas agora esperamos que, incitados por estas Nossas exortações e inflamados pelas vossas palavras, os fiéis se hão de colocar com sempre mais ardente entusiasmo sob a proteção e assistência de Maria, e continuarão a amar com crescente fervor a prática do Rosário, que nossos pais costumavam considerar não só como um poderoso auxílio nas calamidades, mas também como um distintivo honorifico da piedade cristã. A celeste Padroeira do gênero humano acolherá benigna as humildes e unânimes preces que lhe dirigirmos, e, complacente, obter-nos-á que os bons se revigorem na prática da virtude; que os desviados caiam em si e se emendem; e que Deus, justo vingador das culpas, dobrando a misericordiosa clemência, afaste os perigos, e restitua ao povo cristão e à sociedade a tão desejada tranqüilidade.
18. Confortados por esta esperança, com os mais ardentes votos do Nosso coração rogamos vivamente a Deus, pela intercessão d'Aquela em quem Ele depositou a plenitude de todos os bens, que vos conceda a vós, Veneráveis Irmãos, as mais escolhidas e mais abundantes graças celestes, das quais é auspício e penhor a Bênção Apostólica, que de coração concedemos a vós, ao vosso clero e aos povos confiados aos vossos cuidados.
Dado em Roma, junto de S. Pedro, a 1 de Setembro de 1883, sexto ano do Nosso Pontificado.

LEÃO PP. XIII

Fonte: Vaticano

terça-feira, 28 de agosto de 2012

ARIDEZ ESPIRITUAL


Todos que trilham o caminho para Deus, passam momentos de deserto. Se você não passou ainda, fique calmo, irá passar. E o que é este deserto? Esta aridez? É quando o espírito não sente que a oração está fruindo como deveria, como se não fosse chegar a Deus com o mínimo de dignidade necessária. 

Quando as distrações atrapalham a contemplação ou quando contemplar se torna insuficiente, é porque a alma anseia mais, busca o Amado; porém não  encontra o poço para pedir ao divino Mestre "dai-me de beber".

Mas esta secura acomete a todas as pessoas que tiveram a experiência de Deus, porque indica que está acontecendo um amadurecimento espiritual. Deus quer nos provar, quer ver o quanto confiamos em seu amor infinito, o quanto buscaremos por sua presença.

No livro de Clarence J. Enzler, "Cristo minha vida", similar narrativa do "Imitação de Cristo", tem uma passagem consoladora e revigorante, que diz assim: 

"Nestas ocasiões, quando parece que nada tens para me dar a não ser tua vontade
árida, e quando a ofereces com toda a generosidade, ainda que  com sofrimento, 
então és imensamente amado por mim." (p. 134) 


Interessante é perceber que em tais momentos devemos redobrar nossos joelhos no chão, buscar leituras bíblicas e de enriquecimento da fé, e muito mais ainda buscar os sacramentos, aproveitando para oferecer ao nosso amado a desolação que se experimenta na aridez, como dizia o salmista "...o meu espírito desfalece em mim" (Salmo 142, 4) e esperar que Ele em sua divina misericórdia faça acontecer a Sua Vontade em nossas vidas.

Neste momento em especial, lembro-me do nosso fundador, João Júnior, que uma vez nos disse: "quando não somos firmes na oração, seremos embalados pelo demônio; que nos quer preguiçosos nas coisas de Deus"; por isso jamais devemos desanimar. 

Ajoelhemos e supliquemos a quem nos fortalece, lembrando-o de que somos fracos, e sem a graça divina, nós criaturas pequenas nada podemos fazer.

Se você quer mais orientação sobre este assunto, fortalecer sua oração e ter um direcionamento baseado na segura fé católica, venha conversar conosco. Estamos sempre a seu dispor. Rua General Carneiro, 378 - Centro. Telefone:(38) 3221-2793.


Cristiane Queiroz Duarte
membro da CST


domingo, 26 de agosto de 2012

Fátima celebra título de Basílica à Igreja da Santíssima Trindade


Da Redação, com Santuário de Fátima


Site do Santuário
Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, Portugal
Neste domingo, 26, o Santuário de Fátima, em Portugal, irá celebrar uma Missa solene de ação de graças pela atribuição do título de Basílica à igreja da Santíssima Trindade. A celebração oficial acontecerá na nova basílica às 15h (hora local).

Presidida pelo bispo de Leiria-Fátima, Dom António Marto, a celebração solene em ação de graças será ocasião para os fiéis manifestarem sua satisfação pela atribuição do título à Igreja da Santíssima Trindade, recebido com o decreto do dia 19 de junho deste ano.

decreto de concessão do título, assinado pelo Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Antonio Cañizares Llovera, será lido durante a celebração.

Sobre o Santuário

A intenção de construir uma nova igreja surgiu em 1973, quando o Santuário de Fátima constatou a falta de um espaço para acolher os peregrinos das assembleias dominicais e de outros dias de média afluência. A ideia esteve em maturação durante cerca de duas décadas, até que, em 1998, foi elaborado um programa para a construção.

O projeto de arquitetura é do arquiteto grego Alexandre Tombasis.  A obra foi iniciada em fevereiro de 2004.

A dedicação da Igreja da Santíssima Trindade aconteceu no dia 12 de outubro de 2007, em celebração presidida pelo Cardeal Tarcisio Bertone.

Várias razões contribuíram para que o templo fosse dedicado à Santíssima Trindade: as aparições do Anjo da Paz, com o seu insistente convite à adoração a Deus, Santíssima Trindade; as palavras do Papa João Paulo II que, na sua primeira visita a Fátima, elevou a sua ação de graças à Santíssima Trindade e o Jubileu do Ano 2000, também dedicado à Santíssima Trindade. A bênção da Primeira Pedra, oferecida pelo Papa João Paulo II, teve lugar a 6 de junho de 2004, dia da Santíssima Trindade.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

SEM DEUS, O MUNDO SÓ PODE PIORAR" - PAPA BENTO XVI


Castel Gandolfo (RV) - Como já é tradição no dia 15 de agosto, Bento XVI deixou esta manhã a residência de Castel Gandolfo, onde descansa no verão – e foi à Paróquia de Santo Tomás de Vilanova, para presidir a missa da celebração da Assunção da Beata Virgem Maria.

O Papa foi acolhido com entusiasmo por um grupo de cidadãos e turistas da pequena cidade. Participaram da missa seu irmão Mons. Georg Ratzinger, o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, os Cardeais Giuseppe Bertello e Domenico Calcagno, Prefeito e Regente da Casa Pontifícia, Dom James Harvey, Padre Leonardo Sapienza, o bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, e o pároco de Castel Gandolfo, Pe. Pietro Diletti.

O Papa iniciou a homilia explicando o significado do dogma proclamado em 1950 por Pio XII: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. O dogma se tornou um “ato de louvor e exaltação”, o ato de proclamação da Assunta foi visto como uma “liturgia da fé”.

Citando o Magnificat, Bento XVI afirmou que o louvor a Virgem, Mãe de Deus, é da Igreja de todos os tempos e todos os lugares. “É um dever e um compromisso da comunidade cristã de todas as gerações”.

“Por que Maria é glorificada com a assunção ao céu?” – perguntou o Pontífice, respondendo que Ela viveu fielmente e guardou no seu íntimo as palavras de Deus a seu povo e as promessas feitas aos apóstolos. No Magnificat, a Palavra de Deus era a Palavra de Maria, luz de seu caminho.

Na leitura de hoje, do livro de Samuel, o evangelista faz um paralelo: Maria, que tem em seu ventre Jesus, é a Arca Santa que traz em si a presença daquele que é fonte de consolação, de alegria plena: “Maria é a ‘visita’ de Deus que traz alegria”. Também Lucas o diz explicitamente: “Bendito seja o Senhor, porque visitou e redimiu seu povo” - lembrou Bento XVI, falando aos paroquianos.

Improvisando, o Papa disse que por ser unida a Deus, “Maria está muito perto de cada um de nós; seu coração é grande, Ela pode ouvir e nos ajudar. Esta presença de Deus em nós é importante para iluminar as tristezas e os problemas do mundo”. 

Bento XVI exortou os fiéis a abrirem o seu ser a Deus, para que “Ele possa entrar em nós e ser a força que dá a vida”. “Hoje – acrescentou – muitos esperam um mundo melhor, mas não se sabe quando este mundo melhor vai chegar. O certo é que um mundo que se afasta de Deus só pode piorar”. 

Terminando a homilia, o Papa disse que é preciso confiar na materna intercessão de Maria, para que o Senhor reforce a fé na vida eterna e nos ajude a viver bem o tempo que Deus nos oferece com esperança.
 
Em entrevista concedida à RV, Mons. Aparecido Gonçalves de Almeida, vice-secretário do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, fala sobre a festividade e a sua dimensão no Brasil.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

CERCO DE JERICÓ




Você, nosso sócio benfeitor, e você participante de nosso

grupo de oração e todos os que sintam necessidade de

 intercederem por alguma intenção particular e pela

restauração das famílias venham participar desta graça.

Explicação sobre Cerco de Jerció dia 19/07, quinta-feira, no

grupo de oração. Teremos Santa Missa todos os dias às

11:00 horas e uma programação que edificará as suas

orações.



Todos estão convidados a participar deste clamor, desta

súplica a Deus pela libertação de nossas vidas, pelas vidas

dos mais necessitados e dos nossos entes.



Rua General Carneiro - 378 - Centro ( próximo a linha

férrea, próximo ao Coteminas)

(38) 3221-2793

santissimatrindadecercojerico@gmail.com

quinta-feira, 12 de julho de 2012

PROGRAMA DE CURA - 2º SEMESTRE


Jesus tomou de novo a barca, passou o lago e veio para a sua cidade. Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquele gente disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados." Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema." Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações? Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa." Levantou-se aquele homem e foi para sua casa. Vendo isto, a multidão encheu-se de medo e glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens. (Mateus 9, 1-8)


E nós, há quanto tempo estamos paralisados em uma situação do passado? Ou em uma culpa, remorso, arrependimento, dor, angústia ou desespero? Estamos vendo a vida passando e ainda não saímos do que nos aflige? Por isso,  procuremos ajuda ou que ajudemos alguém a encontrar a cura e libertação em situações que são impossíveis humanamente de resolver. Precisamos CRER! Precisamos reconhecer que somos limitados e depositar todo o sofrimento aos pés de Jesus Cristo, para que Ele nos transforme, cure e liberte. 


Portanto, convidamos você que se encontra paralisado a trazer sua padiola (ou a de alguém que lhe é muito querido) aos pés de Cristo e esperar a graça acontecer. Venha participar do programa de Cura interior, que iniciará com o retiro nos dias 25 e 26 de agosto, depois com acompanhamento uma vez na semana (a marcar o horário de preferência) até o mês de dezembro. 

Maiores informações na sede da Comunidade à rua General Carneiro, 378 - Centro. Contato: (38) 3221-2793.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O SENTIMENTO QUE SURPREENDE



Publicado em 01/07/2012 por Padre Gledson Eduardo de Miranda Assis

Não podemos deixar de nos surpreender com a misericórdia. Ela é, ao mesmo tempo, humilde e poderosa. Sua linguagem é extraordinária, porque fala da gratuidade absoluta. Uma linguagem difícil de interpretar com estereótipos humanos, ainda que a etimologia da palavra remeta a duas realidades muito presentes em nossa condição humana: miséria e coração. Só mesmo a certeza de um amor misericordioso, que vem de Deus e nos é apresentado, sobretudo pela Sua Palavra e pelos Sacramentos - que não decepcionam e que vão além de qualquer expectativa - é que nos permite confiar nessa realidade celestial e abandonarmo-nos a ela.

A misericórdia não é uma mercadoria ou um meio de troca, nem é mensurável. Não tem limites nem preço. Não há com que pagá-la. Ela é gratuita e seu verdadeiro sentido se dá quando feita de forma despretensiosa. Seu prêmio é a própria misericórdia enquanto bem-aventurança do ser e do amar, numa harmonia interior que envolve a plenitude do corpo e da alma, num sentimento que se traduz na capacidade de se fazer acolhida, dom e partilha.

No dilema existente entre razão e emoção, a humanidade deve sempre perceber que não há oposição entre ambas, mas sim uma relação de complementaridade e até mesmo de reciprocidade que as envolve. Noutras palavras, a humanidade deve sempre estar em busca de um “meio termo”. É isso que decidirá sobre o futuro da humanidade, e não poderá começar da exterioridade, mas sim da interioridade do espírito humano. Quem ama com amor misericordioso sabe que tal experiência lhe é concedida porque antes ele próprio havia sido amado desse modo. Somente tendo antes em nós mesmos uma autêntica atitude de misericórdia poderemos tornar-nos fontes de misericórdia para o mundo. Em síntese, o único modo de ter misericórdia é ser misericórdia.

No relacionamento com o mundo, a misericórdia nos faz enxergar a realidade “a partir de baixo”, traduzindo-se no olhar atento e no coração sensível para com aqueles que se encontram à margem da sociedade, ou que simplesmente “não contam”. A pessoa dotada de compaixão-misericórdia não fica numa posição de neutralidade, mas procura engajar-se efetivamente na busca de uma ordem social mais justa e fraterna. Só se conhece melhor o que é o Reino de Deus quando se procura construí-lo. Reagir com misericórdia significa trabalhar pela justiça, colocando ao seu serviço todas as nossas capacidades humanas, intelectuais, afetivas, religiosas, científicas e tecnológicas.

Destarte, a misericórdia torna-se uma atitude fundamental que não está só no início do processo humano, mas que configura todo o processo posterior de humanização, enquanto princípio fundante. A misericórdia não perdoa porque esquece, mas esquece porque realmente consegue perdoar. Só se conhece melhor o que é o pecado quando se procura erradicá-lo. Por isso podemos dizer que nunca haverá libertação sem a dimensão de perdão e de misericórdia que o coração simboliza. Todos somos chamados, portanto, a frequentar a “escola da misericórdia”, enriquecendo-nos reciprocamente com os dons que trazemos conosco, e empenhando-nos a construir juntos uma autêntica “civilização compassivo-misericordiosa”.

Com tudo isso podemos realmente afirmar que a compaixão-misericórdia, enquanto fruto do amor, constitui o coração da espiritualidade cristã, que deve ser iminentemente humanizadora e humanizante. É a vivência dessa compaixão-misericórdia que humaniza a pessoa em profundidade. E parafraseando 1 Cor 13, podemos dizer que a misericórdia nunca acabará, porque tem o mesmo carisma do amor/caridade. Tudo o que somos, todo o amor que vivemos e toda a compaixão que manifestamos em resposta ao Deus de Misericórdia permanecerá para sempre, como um dom que doamos porque também nos foi doado, e que o Pai nos dará novamente de maneira infinita e transfigurada na plenitude da vida.
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Padre Gledson Eduardo de Miranda Assis

Padre Gledson Eduardo de Miranda Assis

É sacerdote da Arquidiocese de Montes Claros ordenado ao lado dos colegas Antônio Teixeira e Édson José dos Santos no dia 12 de dezembro de 2009, na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística de Montes Claros, e sob a imposição das mãos do arcebispo metropolitano dom José Alberto Moura. Sua Ordenação Diaconal aconteceu em 31 de julho de 2009, também presidida por dom José Alberto Moura, só que na igreja matriz da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de MOC. Gledson é formado em Filosofia pela Faculdade Arquidiocesana de Mariana (FAM) e em Teologia pelo Seminário Maior Imaculado Coração de Maria de MOC. Como seminarista, fez trabalho pastoral na Paróquia São Sebastião de Taiobeiras e na Paróquia Santos Reis de MOC. Foi vigário da Paróquia São Sebastião de MOC e agora está na Paróquia Nossa Senhora da Consolação de MOC. É o atual coordenador arquidiocesano do Setor Juventude. Nasceu em 28 de dezembro de 1980 em Cipotânea, Minas Gerais. É colaborador do jornal "Clarão do Norte" desde agosto de 2008. Seu e-mail é gledsoneduardo@yahoo.com.br.