segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

BENTO XVI: MARIA É BEM-AVENTURADA POR SUA FÉ FIRME EM DEUS




Em suas palavras prévias à oração Ângelus diante dos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, por ocasião da Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Bento XVI afirmou que a Virgem é "bem-aventurada" porque "acreditou, porque teve uma fé firme em Deus",

O Santo Padre assinalou que "neste Ano da fé queria sublinhar que Maria é a Imaculada por um dom gratuito da graça de Deus, mas que nela encontrou perfeita disponibilidade e colaboração".

"A Imaculada demonstra que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa".

O Papa explicou também que "Maria representa aquele "resto de Israel", aquela raiz santa que os profetas anunciaram. Nela encontram acolhimento as promessas da antiga Aliança".

"Em Maria a Palavra de Deus encontra escuta, recepção, resposta, encontra aquele ‘sim’ que a permite tomar carne e vir habitar em meio a nós". Bento XVI indicou que "em Maria a humanidade, a história se abrem realmente a Deus, acolhem a sua graça, estão dispostas a fazer a sua vontade. Maria é expressão genuína da Graça".

"Ela representa o novo Israel, que as Escrituras do Antigo Testamento descrevem com o símbolo da esposa. E São Paulo retoma esta linguagem na Carta aos Efésios lá onde fala do matrimônio e diz que "Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível".

O Papa indicou que "Os Padres da Igreja desenvolveram esta imagem e assim a doutrina da Imaculada nasceu primeiro em referência à Igreja virgem-mãe, e depois a Maria. Assim escreve poeticamente Efrem o Sírio: "Como os corpos pecaram e morreram, e a terra, sua mãe, é maldita, (cfr Gen 3,17-19), assim por causa deste corpo que é a Igreja incorruptível, sua terra é bendita desde o início. Esta terra é o corpo de Maria, templo no qual uma semente foi colocada".

Bento XVI recordou também que "A luz que emana da figura de Maria nos ajuda também a compreender o verdadeiro sentido do pecado original. Em Maria, de fato, é plenamente viva e operante aquela relação com Deus que o pecado rompe", assinalou.

"Nela não tem alguma oposição entre Deus e o seu ser: tem plena comunhão, plena concordância. Tem um "sim" recíproco, entre Deus e ela e ela e Deus. Maria é livre do pecado porque é toda de Deus, totalmente esvaziada por Ele. É cheia de sua Graça, do seu Amor".

Como conclusão, o Papa sublinhou que "a doutrina da Imaculada Conceição de Maria exprime a certeza de fé que as promessas de Deus foram realizadas: que a sua aliança não falha, mas produziu uma raiz santa, da qual brotou o Fruto bendito de todo o universo, Jesus, o Salvador. A Imaculada está a demonstrar que a Graça é capaz de suscitar uma resposta, que a fidelidade de Deus sabe gerar uma fé verdadeira e boa.".

"Sigamos o exemplo da Mãe de Deus, para que também em nós a graça do Senhor encontre resposta em uma fé genuína e fecunda", finalizou.

Fonte: ACI/EWTN Noticias


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

URGENTE! Querem Cubanizar a Internet Brasileira - padrepauloricardo.org

Cubanizar a Internet Brasileira

Salve Maria!

Por duas vezes, nas semanas passadas, conseguimos, com o seu apoio, pressionar a Câmara dos Deputados para que fosse adiada a votação do projeto de lei chamado "Marco Civil da Internet". 

Precisamos mais uma vez do seu apoio, com urgência, pois estamos na iminência da aprovação do Marco Civil!

Infelizmente, o projeto será levado ao plenário Câmara, mais uma vez, nesta terça-feira (04/12/2012). Agora, porém, o governo virá com toda carga, pois conseguiu o apoio da bancada do maior partido da oposição, o PSDB.

Os defensores do projeto afirmam que se trata de uma lei inofensiva. E foi esta a argumentação que a oposição engoliu. De fato, à primeira vista, a coisa parece inócua. Quem, em sã consciência, seria contra, por exemplo, que se garantissem "os direitos humanos" e a "diversidade" (cf. art. 2)? Estas seriam expressões ingênuas e inofensivas, se, e somente se, tivéssemos um governo no qual pudéssemos confiar. Mas qual é o currículo da ideologia que nos governa? Não estamos falando das mesmas pessoas que, em tudo e por tudo:
  • tentaram censurar e intimidar a classe jornalística?
  • mantém a grande mídia de joelhos com negociações bancárias?
  • moderam as críticas ao governo mediante o interesse mercantil das propagandas institucionais nos meios de comunicação?
  • intimidam pregadores cristãos com projetos de "mordaça gay"?
  • cerceiam a liberdade religiosa proibindo cada vez mais manifestações públicas da fé cristã (enquanto concedem verba às mais variadas imoralidades)?
  • incentivam o ativismo judicial?
Não é necessária muita perspicácia para notar que o Marco Civil poderá ser mais um instrumento de patrulhamento ideológico. Por que, por exemplo, tanto zelo em defender as "diversidades" sem, em contrapartida, manifestar a mínima preocupação de assegurar na internet a liberdade religiosa e o direito de expressão dos valores tradicionais partilhados, aliás, pela maioria esmagadora da população brasileira?
Podemos estar certos de que, aprovado o Marco Civil da Internet, aumentará o coro dos que perseguem os cristãos com acusações de "intolerância", "discriminação" e até "nazismo". Quem de nós nunca ouviu ou viveu na própria pele este tipo de ditadura do relativismo? Vejamos então os passos para "democratizar" a internet à imagem e semelhança do modelo chinês:
  • o legislativo aprova uma lei fundamental "inofensiva" (Marco Civil);
  • o executivo escreve a regulamentação ideológica que lhe aprouver, usando até mesmo o recurso de medidas provisórias;
  • o judiciário fornece uma pletora juízes "alinhados" e que com medidas cautelares ou até mesmo sentenças vão retirando os sites indesejados do ar. (Ah! já ia me esquecendo da militância do Ministério Público...).
Teoria da conspiração? Caberia a acusação, se as pessoas que nos governam já não tivessem mostrado o a que vieram: cubanizar o Brasil.
Por isto, VAMOS AGIR MAIS UMA VEZ!
Telefonem ou escrevam um fax para os líderes dos Partidos na Câmara dos Deputados e peça que A BANCADA DO PARTIDO VOTE CONTRA O PL 2126 DE 2011Os endereços estão logo abaixo.
Ligue já! É importante garantir principalmente uma reação dos partidos de oposição.
Deus lhe pague por sua disponibilidade!
Padre Paulo Ricardo

TELEFONE E FAX dos Líderes dos Partidos
Ligar e pedir voto contrário ao PL 2126-2011

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Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES
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Nome civil: HENRIQUE EDUARDO LYRA ALVES
Aniversário: 9 / 12 - Profissão: Bacharel em Direito
Partido/UF: PMDB / RN / Titular
Telefone: (61) 3215-5539 - Fax: 3215-2539
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Deputado BRUNO ARAÚJO
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Nome civil: BRUNO CAVALCANTI DE ARAÚJO
Aniversário: 15 / 3 - Profissão: ADVOGADO
Partido/UF: PSDB / PE / Titular
Telefone: (61) 3215-5718 - Fax: 3215-2718
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Deputado GUILHERME CAMPOS
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Nome civil: GUILHERME CAMPOS JÚNIOR
Aniversário: 20 / 11 - Profissão: Comerciante e Empresário
Partido/UF: PSD / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5283 - Fax: 3215-2283
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Deputado LINCOLN PORTELA
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Nome civil: LINCOLN DINIZ PORTELA
Aniversário: 3 / 11 - Profissão: Radialista e Comunicador.
Partido/UF: PR / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5615 - Fax: 3215-2615
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Deputado ARTHUR LIRA
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Nome civil: ARTHUR CÉSAR PEREIRA DE LIRA
Aniversário: 25 / 6 - Profissão: Agropecuarista, Bacharel em Direito, Empresário
Partido/UF: PP / AL / Titular
Telefone: (61) 3215-5942 - Fax: 3215-2942
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Deputado RIBAMAR ALVES
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Nome civil: JOSÉ DE RIBAMAR COSTA ALVES
Aniversário: 15 / 6 - Profissão: MEDICO
Partido/UF: PSB / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5729 - Fax: 3215-2729
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Deputado ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO
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Nome civil: ANTÔNIO CARLOS PEIXOTO DE MAGALHÃES NETO
Aniversário: 26 / 1 - Profissão: Advogado
Partido/UF: DEM / BA / Titular
Telefone: (61) 3215-5939 - Fax: 3215-2939
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Deputado ANDRÉ FIGUEIREDO
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Nome civil: ANDRÉ PEIXOTO FIGUEIREDO LIMA
Aniversário: 10 / 11 - Profissão: Advogado, Economista, Empresário
Partido/UF: PDT / CE / Titular
Telefone: (61) 3215-5940 - Fax: 3215-2940
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Deputado JOVAIR ARANTES
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Nome civil: JOVAIR DE OLIVEIRA ARANTES
Aniversário: 4 / 6 - Profissão: Cirurgião-Dentista
Partido/UF: PTB / GO / Titular
Telefone: (61) 3215-5504 - Fax: 3215-2504
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Deputado RUBENS BUENO
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Nome civil: RUBENS BUENO
Aniversário: 23 / 5 - Profissão: Professor
Partido/UF: PPS / PR / Titular
Telefone: (61) 3215-5623 - Fax: 3215-2623
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Deputado ANDRE MOURA
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Nome civil: ANDRÉ LUIS DANTAS FERREIRA
Aniversário: 23 / 2 - Profissão: Político
Partido/UF: PSC / SE / Titular
Telefone: (61) 3215-5846 - Fax: 3215-2846
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Deputado ANTONIO BULHÕES
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Nome civil: ANTONIO CARLOS MARTINS DE BULHÕES
Aniversário: 5 / 5 - Profissão: Apresentador de Televisão, Administrador, Teólogo e Bispo Evangélico
Partido/UF: PRB / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5327 - Fax: 3215-2327
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Deputada JAQUELINE RORIZ
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Nome civil: JAQUELINE MARIA RORIZ
Aniversário: 18 / 8 - Profissão: Pedagogo
Partido/UF: PMN / DF / Titular
Telefone: (61) 3215-5408 - Fax: 3215-2408
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Deputado ANTONIO CARLOS MENDES THAME
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Nome civil: ANTONIO CARLOS DE MENDES THAME
Aniversário: 13 / 6 - Profissão: Professor Universitário.
Partido/UF: PSDB / SP / Titular
Telefone: (61) 3215-5624 - Fax: 3215-2624
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Deputado LINCOLN PORTELA
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Nome civil: LINCOLN DINIZ PORTELA
Aniversário: 3 / 11 - Profissão: Radialista e Comunicador.
Partido/UF: PR / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5615 - Fax: 3215-2615
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Deputado SARNEY FILHO
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Nome civil: JOSÉ SARNEY FILHO
Aniversário: 14 / 6 - Profissão: Advogado
Partido/UF: PV / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5202 - Fax: 3215-2202
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Deputado RUBENS BUENO
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Nome civil: RUBENS BUENO
Aniversário: 23 / 5 - Profissão: Professor
Partido/UF: PPS / PR / Titular
Telefone: (61) 3215-5623 - Fax: 3215-2623
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Deputado JÂNIO NATAL
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Nome civil: JÂNIO NATAL ANDRADE BORGES
Aniversário: 25 / 12 - Profissão: Administrador
Partido/UF: PRP / BA / Titular
Telefone: (61) 3215-5671 - Fax: 3215-2671
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Deputado DR. GRILO
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Nome civil: RODRIGO MOREIRA LADEIRA GRILO
Aniversário: 26 / 7 - Profissão: Advogado
Partido/UF: PSL / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5645 - Fax: 3215-2645
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Deputado JOSÉ HUMBERTO
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Nome civil: JOSÉ HUMBERTO SOARES
Aniversário: 29 / 10 - Profissão: Comerciante, Consultor, Engenheiro Mecânico
Partido/UF: PHS / MG / Titular
Telefone: (61) 3215-5267 - Fax: 3215-2267
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Deputado AUREO
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Nome civil: AUREO LIDIO MOREIRA RIBEIRO
Aniversário: 17 / 2 - Profissão: Empresário
Partido/UF: PRTB / RJ / Titular
Telefone: (61) 3215-5581 - Fax: 3215-2581
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Deputado EDIVALDO HOLANDA JUNIOR
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Nome civil: EDIVALDO DE HOLANDA BRAGA JUNIOR
Aniversário: 1 / 7 - Profissão: Bacharel em Direito, Empresário
Partido/UF: PTC / MA / Titular
Telefone: (61) 3215-5484 - Fax: 3215-2484

COMO FALAR DE DEUS NO MUNDO?


Como falar de Deus no mundo? (catequese do Papa)

28 de Novembro de 2012


Caros irmãos e irmãs,

A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas na sua verdade salvífica nos corações sempre fechado dos nossos contemporâneos e na mente deles tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade? O próprio Jesus, dizem-nos os Evangelistas, no anunciar do Reino de Deus se perguntou sobre isto: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é também a escuta de quanto disse o próprio Deus. Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se. Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar-nos a vida boa do Evangelho.

Falar de Deus quer dizer antes de tudo ter bem claro isso que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver. Por isto, falar de Deus requer uma familiaridade com Jesus e o seu Evangelho, pressupõe uma noção pessoal e real consciência de Deus e uma forte paixão pelo seu projeto de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus. O método de Deus é aquele da humildade – Deus se faz um de nós – é o método realizado na Encarnação na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, aquela da parábola do grão de mostarda. Não devemos temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que penetra na massa e lentamente a faz crescer (cfr Mt 13,33). No falar de Deus, na obra de evangelização, sob a orientação do Espírito Santo, é necessária uma recuperação da simplicidade, um retornar ao essencial do anúncio: a Boa Notícia de um Deus que é real e concreto, um Deus que se interessa por nós, um Deus-Amor que se faz próximo de nós em Jesus Cristo até a Cruz e que na Ressurreição nos doa a esperança e nos abre a uma vida que não tem fim, a vida eterna, a vida verdadeira. Aquele excepcional comunicador que foi o apóstolo Paulo nos oferece uma lição que vai direto ao centro da fé e do problema “como falar de Deus” com grande simplicidade. Na Primeira Carta aos Coríntios escreve: “Quando cheguei no meio de vós, não me apresentei para anunciar o mistério de Deus com excelência da palavra ou de sabedoria. Decidi, na verdade, não dever saber coisa alguma no meio de vós senão Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (2,1-2). Então a primeira realidade é que Paulo não fala de uma filosofia que ele desenvolveu, não fala de ideais que encontrou em qualquer lugar ou inventou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com ele e falará conosco, fala de Cristo crucificado e ressuscitado. A segunda realidade é que Paulo não busca a si mesmo, não quer criar um time de admiradores, não quer entrar na história como chefe de uma escola de grande conhecimento, não busca a si próprio, mas São Paulo anuncia Cristo e quer ganhar as pessoas para o Deus verdadeiro e real. Paulo fala somente com o desejo de querer pregar aquilo que entrou na sua vida e que é a verdadeira vida, que o conquistou no caminho para Damasco. Então, falar de Deus quer dizer dar espaço Àquele que se faz conhecer, que nos revela a sua face de amor, quer dizer expropriar o próprio eu oferecendo-o a Cristo, na consciência de que não somos nós a poder ganhar os outros para Deus, mas devemos conhecê-los pelo próprio Deus, para invocá-lo. O falar de Deus nasce também da escuta, do nosso conhecimento de Deus que se realiza na familiaridade com Ele, na vida da oração e segundo os Mandamentos.

Comunicar a fé, para São Paulo, não significa trazer a si mesmo, mas dizer abertamente e publicamente aquilo que viu e sentiu no encontro com Cristo, quanto experimentou na sua existência ora transformada pelo encontro: é trazer aquele Jesus que sente presente em si mesmo e tornou-se o verdadeiro sentido da sua vida, para fazer entender a todos que Ele é necessário para o mundo e é decisivo para a liberdade de cada homem. O Apóstolo não se contenta de proclamar as palavras, mas envolve toda a própria existência na grande obra da fé. Para falar de Deus, é preciso dar-lhe espaço, na confiança de que é Ele que age na nossa fraqueza: dar-lhe espaço sem medo, com simplicidade e alegria, na convicção profunda de que quanto mais colocamos no centro Ele e não nós, mais a nossa comunicação será frutífera. E isto vale também para a comunidade cristã: esses são chamados a mostrar a ação transformadora da graça de Deus, superando individualismos, fechamento, egoísmos, indiferença e vivendo na relação cotidiana o amor de Deus. Perguntemo-nos se são realmente assim as nossas comunidades. Devemos colocar-nos de modo a tornar-nos sempre e realmente assim, anunciadores de Cristo e não de nós mesmos.

Neste ponto, devemos perguntar-nos como comunicava o próprio Jesus. Jesus na sua singularidade fala de seu Pai – Abbá – e do Reino de Deus, com o olhar repleto de compaixão pelos inconvenientes e dificuldades da existência humana. Fala com grande realismo e, direi, o essencial do anúncio de Jesus é que torna transparente o mundo e a nossa vida vale para Deus. Jesus mostra que no mundo e na criação aparece a face de Deus e nos mostra como nas histórias cotidianas da nossa vida Deus está presente. Seja nas parábolas da natureza, o grão de mostarda, o campo com diversas sementes, ou na nossa vida, pensamos na parábola do filho pródigo, de Lázaro e em outras parábolas de Jesus. Dos Evangelhos vemos como Jesus se interessa por cada situação humana que encontra, se emerge na realidade dos homens e das mulheres do seu tempo, com uma confiança plena na ajuda do Pai. E que realmente nesta história, secretamente, Deus está presente e se estamos atentos podemos encontrá-Lo. E os discípulos, que vivem com Jesus, as multidões que O encontram, vêem a sua reação aos problemas mais absurdos, vêem como fala, como se comporta; vêem Nele a ação do Espírito Santo, a ação de Deus. Nele anúncio e vida se entrelaçam: Jesus age e ensina, partindo sempre de um íntimo relacionamento com Deus Pai. Este estilo torna-se um indício essencial para nós cristãos: o nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar de Deus no hoje, porque mostra com uma existência vivida em Cristo a credibilidade, o realismo, daquilo que dizemos com as palavras, que não são somente palavras, mas mostram a realidade, a verdadeira realidade. E nisso devemos estar atentos para entender os sinais dos tempos na nossa época, isto é, para identificar os potenciais, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, em particular o desejo de autenticidade, o anseio de transcendência, a sensibilidade para a salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta que oferece a fé em Deus. O Ano da Fé é ocasião para descobrir, com a fantasia animada pelo Espírito Santo, novos caminhos em nível pessoal e comunitário, a fim de que em cada lugar a força do Evangelho seja sabedoria de vida e orientação da existência.

Também no nosso tempo, um lugar privilegiado para falar de Deus é a família, a primeira escola para comunicar a fé às novas gerações. O Concílio Vaticano II fala dos pais como os primeiros mensageiros de Deus (cfr Cost. dogm. Lumen gentium, 11; Decr. Apostolicam actuositatem, 11), chamados a redescobrir esta sua missão, assumindo a responsabilidade no educar, no abrir a consciência dos pequenos ao amor de Deus como um serviço fundamental às suas vidas, no ser os primeiros catequistas e mestres da fé para seus filhos. E nesta tarefa é importante antes de tudo a vigilância, que significa saber entender as ocasiões favoráveis para introduzir na família o discurso de fé e para fazer amadurecer uma reflexão crítica a respeito dos numerosos condicionamentos aos quais são submetidos os filhos. Esta atenção dos pais é também sensibilidade em reconhecer as possíveis questões religiosas nas mentes dos filhos, às vezes evidentes, às vezes secretas. Depois, a alegria: a comunicação da fé deve sempre ter uma totalidade de alegria. É a alegria pascal, que não omite ou esconde a realidade da dor, do sofrimento, do cansaço, da dificuldade, da incompreensão e da própria morte, mas sabe oferecer os critérios para interpretar tudo na perspectiva da esperança cristã. A vida boa do Evangelho é mesmo este olhar novo, esta capacidade de ver com os próprios olhos de Deus cada situação. É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de alegria profunda, é perceber a ação de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz barulho; e oferece orientações preciosas para viver bem a própria existência. Enfim, a capacidade de escuta e de diálogo: a família deve ser um ambiente onde se aprende a estar junto, a conciliar os conflitos no diálogo recíproco, que é feito de escuta e de palavra, a compreender-se e a amar-se, para ser um sinal, um para o outro, do amor misericordioso de Deus.

Falar de Deus, então, quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sim é o seu verdadeiro assegurador, a garantia da grandeza da pessoa humana. Assim, retornamos ao início: falar de Deus é comunicar, com força e simplicidade, com a palavra e com a vida, isso que é essencial: o Deus de Jesus Cristo, aquele Deus que nos mostrou um amor tão grande a ponto de encarnar-se, morrer e ressurgir para nós; aquele Deus que pede para segui-Lo e deixar-se transformar pelo seu imenso amor para renovar a nossa vida e as nossas relações; aquele Deus que nos doou a Igreja, para caminhar juntos e, através da Palavra e dos Sacramentos, renovar a inteira Cidade dos homens, a fim de que possa tornar-se Cidade de Deus.

Bento XVI